quarta-feira, 7 de março de 2012

Em defesa da vida!

Eu sou a favor do aborto. Pronto. Já posso sentir os olhares recriminadores de muitas pessoas religiosas. Por que sou a favor do aborto? Vamos lá:

Alguns podem dizer que é porque “não tenho Deus no coração”. Minhas crenças (ou falta de) não têm nada a ver com isso. O fato é que um embrião que ainda NÃO TEM SISTEMA NERVOSO, não passa de um amontoado de células que não sente dor. Agora é a hora que alguém retruca: “mas é um amontoado de células que virá a ser um ser humano”. Grande coisa. Meus óvulos também podem vir a ser um ser humano e mesmo assim, inevitavelmente, eu ovulo todo mês e eles vão embora. Nesse pensamento aí, somos todos assassinos.



Não consigo compreender as pessoas que se manifestam contra o aborto dizendo ser pró-vida. Pró-vida de quem? Só do embrião, né? Porque depois que ele vira um bebê de verdade, com gastos e problemas, aí ninguém quer mais saber. “Vamos garantir que a mulher não aborte. Se o bebê vai ser jogado no lixo depois, aí é outro problema”. Como diria Richard Dawkins em seu “Deus, um delírio”:

“O embrião sofre? (Presume-se que não, se o aborto for realizado antes que ele tenha um sistema nervoso; e mesmo que já tenha um sistema nervoso, ele certamente sofre menos que, digamos, um boi adulto no matadouro.) A grávida, ou a família dela, sofre se não realizar o aborto? É muito possível; e, de qualquer maneira, como o embrião não possui um sistema nervoso, o sistema nervoso desenvolvido da mãe não deveria ter preferência?”

Ou seja, vemos milhares de religiosos por aí sendo contra o aborto enquanto comem um belo bife bovino. Perdoem-me os que acreditam em religião, mas eu não tenho o menor interesse em me filiar a uma crença de que a vida humana seja mais importante que as outras vidas. Se o “Deus” criou todas as coisas, criou também os animais... Não soa meio pretensioso achar que nós somos os mais importantes do mundo?



Ainda há o absurdo discurso de que se a mulher não está pronta para ser mãe, não deveria fazer sexo. Quão utópico pode ser isso? Deve-se parar de perder tempo em meter-se em vida íntima alheia e usar o tempo para divulgar os métodos contraceptivos que muuuuita gente ainda deixa de usar. Agora, ser contra métodos contraceptivos, contra o aborto, contra sexo... Isso não me parece nada com “pró-vida”. 


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